Ataques criminosos acessaram dados pessoais de alunos e alteraram página institucional
Duas universidades particulares sofreram ataques cibernéticos nesta semana. Os criminosos tentaram acessar dados pessoais dos alunos e alteraram dados da página institucional, em uma espécie de vandalismo digital.
Os ataques de hackers preocupam as instituições de ensino, já que, com as aulas remotas durante a pandemia, dependem exclusivamente dos sistemas online para as atividades pedagógicas.
Um dos ataques aconteceu ao sistema da faculdade Anhembi Morumbi. Segundo o site TecMundo, os criminosos tiveram acesso a um banco de dados com mais de 1 milhão de informações pessoais dos alunos.
Em nota, a faculdade confirmou que sofreu o ataque, mas diz que os dados não ficaram expostos porque o sistema invadido é protegido por login e senha. “Assim que identificado [o ataque], agimos imediatamente para impedir tal invasão e assim mantermos protegidos os dados de toda a nossa comunidade acadêmica”, informou.
A Anhembi Morumbi informou que outras instituições também registraram tentativas de invasões aos seus sistemas.
“[Temos] atenção redobrada em função de todas as atividades estarem acontecendo de forma remota neste momento, por conta da pandemia. Tanto que investimos recursos de forma contínua e no que há de mais atual em termos de segurança de informação”, disse em nota.
Nesta quinta (30), a Uninove também teve seu site invadido. Segundo a instituição, a ação foi feita por um usuário identificado como “sanninja”, que deixou uma mensagem na páginal principal da universidade dizendo “menos propaganda, mais segurança”.
Em nota, a Uninove diz que não se trata de um “ataque hacker” porque não houve acesso ao banco de dados e documentos dos alunos e professores. Esse tipo de ação é conhecida como “defacement”, uma forma de vandalismo digital.
Em janeiro, a Unicamp (Universidade de Campinas) também foi alvo de um ataque hacker. Na época, os criminosos acessaram dados pessoais de aluno que recebiam auxílio estudantil.
Paulo de Geus, professor da Unicamp e especialista em Teleinformática, disse que ataques a sistemas corporativos de instituições de ensino, em geral, tem como foco a captura de informações pessoais para a venda ilegal.
“Para uma faculdade privada, pode ser uma ação de concorrentes tentando prejudicar a imagem da instituição. No caso de uma universidade pública, pode ser uma tentativa de desviar recursos, mas é muito difícil que consigam fazer algo do tipo”, disse.
Segundo Geus, ataques a sistemas corporativos de instituições não ameaçam pesquisas científicas, já que os resultados desses estudos não ficam armazenados em páginas institucionais.
Fonte: Folha de S.Paulo
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