No Brasil, foram registradas mais de 8,4 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos durante 2020, de um total de 41 bilhões em toda a América Latina e Caribe, de acordo com os resultados do relatório do quarto trimestre de 2020 e o consolidado do ano dos dados obtidos pelo laboratório de inteligência de ameaças da Fortinet, o FortiGuard Labs. Enquanto o trabalho remoto é a principal porta de entrada para a exploração de vulnerabilidades de redes corporativas, campanhas de phishing continuam sendo o principal vetor de ataque no país.
Segundo a Fortinet, considerando somente os meses de outubro, novembro e dezembro, foram 5 bilhões de tentativas de ataques no Brasil. Nesse período, ameaças como e-mails de phishing, se espalharam por toda a América Latina com arquivos HTML anexados, tentando redirecionar o navegador da web para sites maliciosos. O malware baseado na web tornou-se o veículo mais comum para a distribuição de arquivos infectados, muitas vezes tornando-se a porta de entrada para ransomware.
Embora o volume de tentativas de ataques cibernéticos continue extremamente alto, o mais preocupante, segundo os analistas do FortiGuard Labs, é o grau de sofisticação e eficiência que os cibercriminosos estão alcançando ao utilizar tecnologias avançadas e inteligência artificial (IA) para desenvolver ataques direcionados com maior chance de sucesso. Isso significa que, em menos tentativas, os cibercriminosos conseguem causar mais dano.
“O ano de 2020 demonstrou a capacidade dos criminosos de investir tempo e recursos em ataques mais lucrativos, como os de ransomware. Além disso, eles estão se adaptando à nova era de trabalho remoto com ações mais sofisticadas para enganar as vítimas e acessar redes corporativas”, explica Alexandre Bonatti, Diretor de Engenharia da Fortinet Brasil. “Vemos ainda uma tendência a ataques periféricos e não apenas à rede central. A utilização de dispositivos IoT e ambientes industriais de missão crítica são alguns exemplos de pontos de acesso para os criminosos”.
A Fortinet alerta para uma forte tendência, em 2021, o surgimento de novas fronteiras inteligentes, ou seja, de redes que se adaptam e se expandem de acordo com a necessidade do usuário, o que não apenas criará diferentes vetores de ataque, mas possibilitará que grupos de dispositivos comprometidos possam trabalhar juntos para atingir as vítimas em velocidades de 5G, segundo o relatório.
“Devemos estar cientes de qualquer e-mail ou atividade suspeitos, e implementar e seguir todos os controles necessários para mitigar o risco de intrusão ou violação das políticas de segurança de nossas empresas e dispositivos pessoais, incluindo a instalação periódica de atualizações disponíveis pelos fabricantes”, recomenda Bonatti. “No lado dos negócios, é preciso incluir o poder da inteligência artificial e do machine learning a plataformas de segurança que operem de forma integrada e automatizada na rede principal, em ambientes multi-cloud, em filiais e nas casas dos trabalhadores remotos”.
Exploração de vulnerabilidades
Enquanto os ataques evoluem, as campanhas de phishing continuam sendo o principal vetor de ataque. Numerosas campanhas de cavalos de Tróia foram detectadas durante este período, realizando atividades sem o conhecimento do usuário.
O relatório também identificou que o trabalho remoto foi um grande facilitador de ataques. Os analistas detectaram uma grande quantidade de solicitações HTTP maliciosas para explorar uma vulnerabilidade em vários produtos de roteadores domésticos que podem permitir que atacantes executem comandos arbitrários. Isso pode ser uma tendência, pois mais pessoas trabalham em casa com menos proteção e mais acesso aos dados corporativos, diz o relatório.
A botnet Mirai, voltada para dispositivos IoT, muito robusta e altamente utilizada ao longo dos anos, vem obtendo um crescente interesse de invasores que visam vulnerabilidades mais antigas em produtos de IoT de consumidor. Nos últimos meses, Mirai ficou mais forte, mais rápida, mais resiliente e mais evasiva, adicionando outras armas cibernéticas ao seu arsenal, como as vulnerabilidades encontradas em servidores web. Os cibercriminosos estão cientes de que os dispositivos IoT são difíceis de corrigir e tiram vantagem disso.
Outros botnets, já conhecidos, ainda estão ativos na América Latina, segundo o relatório: As botnets Gh0st e Andromeda, também conhecidas como Gamaru e Wauchos, aparecem como as mais detectadas na América Latina, apesar de uma grande operação de eliminação desta última ter sido realizada pelas forças de segurança cibernética em dezembro de 2017. Novamente, diz a Fortinet, aplicar os patches dos fabricantes e fazer as atualizações regulares é fundamental em termos de segurança.
Fonte: Computerworld
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